sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Querido Intercâmbio, feliz aniversário!

Há 365 dias estava eu lá embarcando pra Califórnia. Sendo assim, não há ocasião melhor pra desenterrar o blog.

No último ano, meu mundo deu voltas: eu fui, eu voltei, eu "sofri", eu me acalmei, eu fui de novo, eu voltei e agora sigo em frente. 

Já tô cansada de repetir o mesmo combo de sempre, que começa com "eu fui viver o meu sonho", passa por "novas x, novas y, novos z, novos w, tudo em uma outra língua" e termina com "foi a melhor experiência da minha vida". Mas mesmo repetindo mil vezes, eu ainda não tenho dimensão do que foi eu embarcar sozinha pra viver o meu sonho, tendo que conquistar uma nova cidade, nova casa, nova família, nova rotina, nova escola, novos amigos, tudo em uma outra língua. Só tenho certeza que foi a melhor experiência da minha vida.

Se sentir orgulhosa é se achar demais? Acho que não. 

Tenho orgulho das decisões que eu tomei, dos meus traços que escolhi deixar pra trás e dos novos que decidir incluir na minha personalidade. Não tenho vergonha de admitir que vivi um intercâmbio tranquilo, mas faço questão de explicar que isso não quer dizer que foi fácil. Não foi fácil, nem simples, nem calmo, nem tranquilo. Se me arrependo? Só me arrependo de não ter tirado mais fotos. 

Ai, fotos.. Quando eu voltei, tudo que eu queria fazer era ficar com a cara no computador revendo as milhares de fotos que eu tirei lá e revivendo todos aqueles momentos.  
Todo mundo também já sabe que meu desfecho de intercâmbio, apesar de curioso, foi frustrante. Mas nem todo mundo sabe que esse final me fez crescer ainda mais. 

Ah! Aqueles primeiros abraços de "welcome back" e as primeiras refeições são incríveis. Ver todo mundo de novo é tão gostoso, assim como é voltar pro seu cantinho. Mas, voltar pra casa requer tempo pra readaptação.
Você vai querer contar pros amigos das aventuras e das piadas, mas eu te garanto que pelo corpo deles  não vai correr a adrenalina que você sente ao reproduzir suas histórias e eles não vão rir da situação contada como você, que vai ficar com um sorriso bobo no rosto. Sorriso de saudade. 
Se encaixar de volta é duro. Mantenha em mente que você também perdeu aventuras e piadas aqui no Brasil e que enquanto você estava fora, provavelmente seus amigos se desacostumaram a ter você por perto. Calma! Isso só significa que eles aprenderam a viver sem ter você há poucos quilômetros de distância, ou seja, deixaram de te perguntar qual é a lição pro dia seguinte, fofocar do novo casal da escola ou até mesmo de te mandar mensagem 24/7, porque enquanto você tava fora seus assuntos já não eram mais os mesmos. 
E mais importante, não esqueça que você mudou! Você mudou! Suas experiências lá fizeram com que você amadurecesse (pausa: ps: não tô tentando vangloriar os corajosos intercambistas) o que você não amadureceria dentro de casa, da zona de conforto. Sua cabeça tá aberta pro mundo! Você percebeu que existem muitos mundos além do que você vivia no Brasil. E isso é conflitante, não é só "da hora", inspirador e wanderlust
Enfim, ainda teve a escola, o braço quebrado, a crise de profissão, a raiva de morar numa cidade de prédios e não upon the hill across the blue lake e as nostalgias que tornaram o processo de volta um pouco mais difícil e chato. 

Até que, pra minha sorte e alegria, passaram-se, exatamente, 6 dolorosos meses e eu pude embarcar de novo pra Califórnia pra buscar o pedaçinho de mim que ficou lá. Fui com meus pais e irmãos fazer a viagem que tivemos que cancelar, em janeiro, por causa do meu braço quebrado que precisava de cirurgia urgente. Foi meu "Mari pela Cali 2.0" ou "Mari pela Cali, o retorno" risos. Começamos no Yosemite (minha visita dos sonhos), seguimos para São Francisco com parada obrigatória de quatro dias em Morgan Hill. Vi a host family e os amigos, dormi na minha cama americana, comi nos meus lugares prediletos, passei pela escola e pela tão amada academia. Foi o desfecho que eu precisava, a finalização que eu não tive. E de lá seguimos pelo Big Sur para Los Angeles. Tudo muito incrível! 

Ter voltado em Morgan Hill me deu mais uma chance pra dizer meus últimos goodbyes (e comprar estoque das coisas kk). Eu, de certa forma, precisava disso pra me desligar um pouco de lá. 

Ah, e o ciúmes.. Tá pra nascer alguém que seja mais ciumenta e apegada que eu. Tenho ciúmes da host family, da cidade e até da minha rotina americana! Não peça pra eu explique. Tudo que eu sei é que eu me apego demais à pessoas, lugares e coisas, o que me leva a amar demais minha vida lá pra abrir mão dela e esquecê-la.

O que me leva ao meu último ponto: seguir em frente. Um ano depois, eu tô bem mais calma. A vida no Brasil começa a movimentar e você se desapega (lentamente....) dos assuntos do intercâmbio. Apesar disso, o meu intercâmbio é parte de mim, parte da Mariana que eu construí e desenvolvi lá. E sendo assim, eu nunca vou me desapegar dele, abandoná-lo ou esquecê-lo. 
Afinal, meu intercâmbio foi o meu sonho e eu sou apaixonada por ele, por tudo que vivi,  por tudo que aprendi. 

sábado, 17 de maio de 2014

Mari pela Cali: Kirkwood, CA

Oie! 
Depois de todas aquele sentimentalismo do post sobre a neve e o desfecho do meu intercâmbio, chegou a hora de mostrar meus momentos pré-queda-bracoquebrado-voltaantecipada-cirurgiamarcada, em Kirkwood no norte da Califórnia! 
Se eu pudesse, faria tudo de novo! Foi lindo! 
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Essa era minha visão logo que eu saia do lodge. A pista da frente é o final da Bunny, pra iniciantes!
Conforme você ia pra esquerda tinham as outras montanhas e o nível ia aumentando
A pista onde eu cai também era nessa direção e tinha um outro teleférico pra chegar nela. 
 Decidimos (tá, eu decidi) fazer anjinhos de neve no topo da Bunny, porque lá era bem mais calmo e a camada de neve tava espessa. Foi engraçado sair dessa posição, porque eu levantava e afundava na neve. Acho que nessa hora a neve batia um pouco abaixo do meu joelho.. 
 Melhores do mundo <3
Meu hostdad aka melhor instrutor de ski <3
 Ah, no meio da decida meu ski saiu.. como estávamos na inclinação e meu equlíbrio tava o ó.
Por conta disso a Danny ficou me servindo de apoio! 
Detalhe: olha a quantidade de neve nas minhas costas pós-anjodeneve
 Decida tranquilinha da Bunny. A vista é linda e esses teleféricos só deixam tudo mais mágico rs.
 Aiiii muito amigas rsrs se ela ver, me mata!
        
Minha roupa tava tão hilária nesse dia! As calças térmicas eram da minha hostmom e o casaco azul (lindo de morrer #sqn) também. Eu tava vestindo tantas camadas que me a movimentação tava difícil! (e ficar bonita também haha) 
Apesar de tudo que aconteceu, tenho muita vontade de voltar na neve e assim que tiver oportunidade não vou hesitar! Muita gente me pergunta se eu não tenho medo.. e eu não tenho! 
O que aconteceu foi um acidente e não um fato traumatizante! 
Mil beijos. 


sexta-feira, 28 de março de 2014

O curioso desfecho do meu intercâmbio II

Morgan Hill, 21 de dezembro de 2013

No dia seguinte, acordei e criei coragem pra contar pros meus pais aqui no Brasil o que tinha acontecido. O que tornava isso ainda mais difícil, além do fuso de seis horas, eram as mensagens que meus pais tinham me mandado (em todos os meios de comunicação possíveis) desejando um ótimo passeio, até porque eu estava indo ver a neve antes deles. Era empolgante para todo mundo.

Liguei pra minha mãe e ela estava trabalhando, era sábado. Ela ficou toda feliz em receber notícias finalmente, mas logo eu já disse "Mãe, preciso te falar uma coisa e você vai ficar meio triste" (ela diz que ao invés de "triste" eu disse "brava", mas eu discordo). Continuei, "ontem foi muito legal, mas eu cai e quebrei o braço".

Um detalhe importante é de que uma semana depois meus pais chegariam com meu irmão em Morgan Hill e de lá, após curtimos um pouquinho minha cidade e eles conhecerem a minha host family, faríamos uma roadtrip de São Francisco até Los Angeles por duas semanas.

Na hora, minha mãe pensou que o que iria acontecer era que eu ia engessar o braço e faríamos a viagem mesmo assim né. Paciência. E era o que eu achava também. Mais tarde, ela me ligou pra entender o que tinha acontecido e eu mencionei que na emergência, foi dito que era um caso cirúrgico, mas expliquei como eles eram malucos e exagerados naquele lugar.

Mesmo assim, meus pais tiveram a sacada de me pedir uma foto do raio x para mandar para um médico ortopedista aqui no Brasil. Em algumas horas, depois de indicações, telefonemas e correria, escolheram um bom médico. Mandaram a foto do raio x pra ele e ele confirmou que sim, meu caso era cirúrgico e que eu deveria ser operada em no máximo duas semanas, antes da consolidação do meu osso.

Outra coisa curiosa e que hoje a gente dá risada foi quando o médico disse que se eu não tivesse mexendo meus dedos, a cirurgia deveria ser realizada com urgência, já que isso significaria que meu nervo radial havia sido afetado. Sabendo disso, minha mãe me liga no facetime dizendo "Filhinha, faz um jóinha pra mamãe?" na maior delicadeza pra que eu não suspeitasse de nada. Eu fiz o tal do jóinha e era um bom sinal.

Mas ai, meus pais me disseram que a melhor opção era operar no Brasil, onde eles poderiam me acompanhar, entender a língua, ter um maior contato com os médicos etc.. Mas para isso, nossa viagem deveria ser cancelada e eles viriam pra Morgan Hill antes do combinado. E mais, era só pra me buscar e me levar embora.

Olha.. eu chorava.. mas eu chorava muito, muito mesmo..

Eu já não queria ir embora, muito menos antes da hora e sem fazer a roadtrip pela Califórnia e levar meus pais nos meus lugares favoritos. A parte mais difícil foi ter que reunir a família toda enquanto eu estava aos prantos e eles não entendiam nada, pois afinal eu tava falando em português no telefone. Mas, tudo tinha que ser feito rapidamente, meu pai já estava indo até o aeroporto pra resolver as passagens e a host family tinha que participar da minha mudança de planos.

Eu também tinha que explicar a decisão dos meus pais de eu ir embora mais cedo e operar no Brasil, o que foi bem difícil para eles entenderem. Era preciso também deixar bem claro que meus pais não estavam tentando assumir a responsabilidade por mim agora que as coisas tinham dado errado, mas sim que como já estava no final e no Brasil nossa estrutura é melhor, decidiram que seria melhor operar aqui. Apesar de tristes, eles entenderam e a coisa mais linda foi ver minhas duas famílias se unindo para que tudo desse certo. E deu.


Dia 25 de dezembro de 2013 meus pais chegaram em Morgan Hill e participaram do nosso jantar de Natal. No dia 28 de dezembro, viemos embora. Dia 29 de dezembro, logo depois do aeroporto, fui para o hospital, onde todos os médicos já me esperavam pra realizarmos a cirurgia.

Três meses depois de ter vindo embora e três meses depois de ter sido operada (são 23:47 de 28 de março de 2014 rs), estou aqui escrevendo isso, tentando eternizar essa minha aventura e compatilhar o desfecho pros melhores meses da minha vida.

As fotos vêm depois.

Mari

O curioso desfecho do meu intercâmbio

PASMEM!
Olha quem voltou!!!!!! Eu não poderia estar mais feliz por finalmente ter a oportunidade, coragem e disposição de escrever de novo no meu xodózinho que é o Mari pela Califórnia! Demorou mas eu voltei!

Antes de começar a contar a minha longa história, quero deixar bem claro que esse não é o fim do blog. Pelo contrário, ainda tenho mil coisas e eventos e fotos pra mostrar, então ainda não é hora de me abandonar.

Depois que voltei para o Brasil, eu ainda postei aqui (sobre LA, etc..), mas só não admiti ter voltado, muito menos mencionei como me despedi do meu intercâmbio ou menos ainda como era difícil digitar logo que voltei.. Mas agora vou contar tudinho, pois apesar de ter sido uma barra, nunca quero esquecer o que, em especial, essa experiência final me ensinou.

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Morgan Hill, 19 de dezembro de 2013

Dia 19 foi meu último dia de aulas na Live Oak High School! Eu o imaginava bem diferente de como realmente foi, porque na verdade o meu último dia foi de provas e não de bagunça e várzea das aulas, como eram todos os dias. Minha sorte foi que por eu ter aula de Yearbook no último período, consegui curtir bastante com alguns dos meus amigos. Na verdade, a maior parte do tempo eu fiquei correndo atrás dos meus documentos (uma aventura digna de ser recontada depois). Mas, quando pude finalmente me acalmar e parar pra pensar, as lágrimas vieram e junto com elas um desespero, uma nostalgia precoce e os abraços tranquilizantes dos meus classmates e da minha professora mais querida!

Kirkwood, 20 de dezembro de 2013

Saímos bem cedo de casa, eu, meu host dad, minha irmã americana Danelle e minha irmã suíça Geri, e pegamos a estrada que nos levaria até a neve. Foi a minha primeira vez na neve, primeira vez que vi, primeira vez que toquei e claro, primeira vez que esquiei. O percurso demoraria em torno de 4 horas, o que não é um problema para os americanos.. As viagens de bate e volta são extremamente comuns e aceitáveis. Era o que iríamos fazer: sair de casa bem cedo, e pegar a estrada novamente no fim da tarde de volta para casa.

Durante o percurso, que por sinal foi bem tranquilo e agradável, fizemos paradas pra comer e usar os banheiros mais aleatórios de restaurantes de beira da estrada. E quando começamos a subir a serra, comecei a ver a neve no chão. Foi uma das maiores emoções da minha vida, meus olhinhos brilhavam e eu não conseguia conter a minha animação. E eles aproveitaram para fazer graça comigo, filmar meus gritinhos e me ensinar tudo sobre a neve e a estação da qual nos aproximávamos. O sol que refletia na neve branca ainda misturada com o verde das árvores deixava tudo mais mágico. Era de fato uma manhã linda!

Passado todo o sentimentalismo, chegamos na estação. Antes de saltarmos do carro e de eu ter a oportunidade de tocar a neve pela primeira vez, colocamos todas as camadas extras de casacos + luvas, gorros, meias e as chatas botas de esqui. Toquei na neve e foi mágico, delicioso. O passo seguinte foi fazer nosso registro e pegar as carteirinhas. Feito isso, fomos alugar uma prancha de snowboard para a Geri. Isso é relevante para história: a Geri por ser da Suíça e ver neve sempre por lá, ao invés de esquiar como minha família americana, prefere o snowboard e por isso tivemos que alugar o equipamento para ela lá na estação.

Agora estávamos prontos e assim, fomos para as decidas. Meu host dad começou a me ensinar a como caminhar com o esqui e como subir e descer do lift. Pegamos carona no teleférico e tive a maior dificuldade pra saltar, mas tudo bem.. Deu certo porque estava de mãozinha dada com meu host dad!! Obvio que começamos pela descida "bunny", para crianças e amadores. Peguei o jeito bem rápido, ele me ensinou a frear logo de cara e trabalhou comigo na coragem pra só ir na fé na descida! Enquanto ele me ensinava, Danelle e Geri foram nas descidas de nível mais avançado e de vez enquanto passavam pra ver como eu estava indo.. Vocês podem não acreditar, mas eu estava indo muito bem mesmo (tem vídeo!!!!!)! Logo aprendi a fazer curvas e a deslizar com a lateral do esqui (termos técnicos não é comigo).

Fizemos uma pausa para o almoço no lodge, digo, na área do restaurante, banheiros, mesinhas, gift shop. Claro que como bons Schweglers levamos nossos próprios sanduíches kk. Eu tava amando! Logo depois do almoço, fomos tirar algumas fotos e eu fui lá pra cima do morro, descida, tanto faz, fazer um anjinho na neve! Foi o máximo! Depois ainda desci com as minhas irmãs, todas juntas, e filmando ao mesmo tempo.. Tão incrível! Eu tava apaixonada!

Em um dado momento, meu pai me convenceu a ir numa descida mais difícil. Mas, quando você chegava lá em cima, podia tanto ir para a direita quanto para a esquerda. Fomos para a esquerda e nos ferramos. O percurso era cheio de curvas e pedras, já que não havia nevado muito, então tinha pouca neve fofa no chão. Resultado: meu pai teve que me colocar no meio das pernas dele e me guiar com o ski dele. Digo, eu tava em pé, mas me segurei nele e foi ele que controlou a descida até chegarmos no fim da montanha.. Conto isso com calma agora, mas foi desesperador.

Mais uma pausa, mais alguns treinos nas pistas mais fáceis, mais algumas fotos e minha irmã começou a ficar com frio. Tranquilo.. Em uma hora as pistas iam fechar mesmo.. Decidimos então (eu, Geri e Pai Bruce) que íamos descer mais umas duas vezes e nos encontraríamos no carro para irmos embora. Foi nessa hora que meu pai sugeriu irmos naquela pista de antes, mas virar para a direita dessa vez, num percurso que era menos inclinado, menos rochoso e com a pista mais ampla. Relutante, concordei.

A pista começava bem íngreme, mas logo depois ficava tranquila, ou seja, ela se tornava fácil, se assemelhando à descida na qual eu tinha praticado o dia todo, então eu estava acostumada. O curioso foi que a parte difícil eu fiz com meu pai e conseguimos direitinho! Orgulhoso, ele disse "agora você esquia como sabe fazer". E eu sei que eu conseguiria descer ali, por isso peguei um baita impulso e fui!

Plaft.

Cai. Minha teoria é que a minha queda foi por conta da minha velocidade. Como eu me empolguei, peguei muito impulso e não consegui diminuir a velocidade para fazer a curva, já que no esqui para frear você deve abrir seus calcanhares (em formato de V) e concluo que não tive força no pé pra me sustentar e conseguir parar. Antes de cair, lembro que fui gritando "ahhhh oh my God", mas eu jamais previ que ia cair feio. Afinal, eu já tinha caido algumas vezes naquele dia. Só que dessa vez foi pior.

Cai e comecei a sentir meu braço muito, muito estranho. Era como se ele não obedecesse meus comandos a não ser que eu me concentrasse bastante. E tava doendo muito. A Geri veio logo atrás de mim no snowboard depois que viu que eu não levantei, muito menos dei risada. Comecei a falar "there is something wrong with my arm" repetidamente e ela tentava me acalmar. Meu pai logo veio e começou a me questionar sobre dores e o que estava sentindo. Eu não conseguia levantar, então fiquei ali de bunda na neve mesmo. A Geri depois sentou na neve e me deixou encostar o corpo no dela, o que foi tão gentil da parte dela. Ela tentava me acalmar enquanto meu pai pensava em soluções. Ainda faltava bastante para chegar ao fim da montanha e eu deixei bem claro que eu não iria conseguir descer nem com a ajuda dele, mesmo ele insistindo que me apoiaria e que iríamos devagar.

A solução foi chamar a patrulha do esqui, mas para isso meu pai teve que descer tudo e chamá-los. Depois de uns 4 minutos que eu e a Geri ficamos sozinhas lá em cima, um moço extremamente brincalhão e simpático chegou pra me ajudar, ele era um dos da emergência. Em seguida, meu pai chegou com um outro moço, que trouxe consigo o trenó que me levaria até lá embaixo. Eles fizeram uma tipóia e me colocaram com muita delicadeza e técnica no trenó. Até ofereceram pra tirar uma foto, mas naquela hora eu só não conseguia pensar em nada. Ah, e eu não chorei. Acho que fiquei tão em choque que a dor me anestesiou, ou o frio. Chegando lá embaixo me colocaram numa ambulânciazinha da estação e me levaram para a sala de curativos. Não tinha nenhum médico ortopedista para me examinar (prefiro não comentar...........) e então, eles tiraram meus casacos e fizeram uma tipóia bastante reforçada. Encontrei com todos da minha família lá, inclusive a Danelle, e estávamos todos muito assustados e não entendendo o que aconteceria dali pra frente.

Ps: meu pai me deu um abraço tão lindo dizendo que não ia me abandonar e ia ficar tudo bem.

Com a dor que eu estava sentindo não iria aguentar pegar a estrada por quatro horas até chegar no hospital de Morgan Hill. Então, fomos para um mais próximo, demoramos uns 40 minutos pra chegar lá e eu acabei adormecendo no carro (de dor acredito), o que foi bom, já que eu não me deixei sofrer tanto.

Chegando na emergência, demoraram muito para me atender. Passei primeiro por uma sala para diagnosticarem o que eu tinha. A enfermeira me fez muitas perguntas e depois, sem delicadeza alguma, pegou a tesoura e cortou as mangas das últimas três camadas de roupa que me restavam. O objetivo era ver se tinha algum tipo de corte ou roxo, mas pra quê ser gentil quando se pode só pegar uma tesoura e ir com tudo em cima do meu braço estroçado?

A médica chefe, que conseguia ser mais arrogante ainda, chegou lá e só de olhar pra mim já disse que se eu estava sentindo tanta dor como eu manifestava, o meu caso era cirúrgico (isso em tom irônico claro). Fui para o raio-x e como se já não tivesse sido o bastante, a moça queria que eu fizesse contorcionismo com meu braço pra que ela conseguisse a posição ideal. Quando eu disse que não conseguia fazer o movimento que ela pediu, ela disse "então sinto muito, procure outro hospital porque nesse ninguém vai poder te ajudar". Fácil. Começei a chorar e pedi que pelo menos começassemos pelo úmero (osso que articula com a escápula - depois do ombro), já que as suspeitas era que eu poderia ter fraturado o úmero ou o cotovelo.

Quando ela tirou o raio-x, meu pai viu os resultados com ela e a expressão no rosto dele foi de terror. It was pretty bad. Eu perguntei como estava e ela disse que não precisaríamos fazer o raio x do cotovelo (naquela posição impossível), pois a fratura que ela via deixava bem claro onde estava o problema.

Saindo da sala de raio-x, a médica começou a falar como eu tinha que operar com urgência e era óbvio para mim e para a meu hdad e minhas irmãs que eu não iria operar naquele momento, muito menos ali sem avisar a ninguém e sob cuidados daquela equipe médica. Enrolaram meu braço em tala e me colocaram numa tipóia de lona. Foi assim que eu voltei pra casa. Devo admitir que eu me sentia bem, conseguimos parar pra comer no drive thru do McDonalds e eu estava sob efeito de um medicamento a base de morfina que me deram lá. Era bem forte, mas o único jeito.

Voltamos pra casa e logo que cheguei, minha host mom me recebeu aliviada e assustada. Como já era tarde, me ajudaram a ir pra cama. E ali, desconfortavelmente, eu dormi.

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Como decidi contar com mais detalhes, até para que eu não esqueça desse episódio, vou dividir o post em dois. Então leia a continuação aqui.

Mil beijos,
Mari


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mari por Los Angeles: Disneyland (still Day 1)

Mari por LA é minha pequena sessão no blog pra contar sobre minha ida a Los Angeles e seus arredores. Fiz coisas divertidíssimas por lá e mal posso esperar pra contar tudo aqui! Quero voltar logo produção, posso?
Clique aqui para ler o post anterior sobre Disneyland

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Depois de Autopia, seguimos para Fantasyland, a parte encantada da Disneyland! Fantasyland tem nada mais nada menos que o Castelo da Aurora (Bela Adormecida) como os porta de entrada e nossa passagem por lá não pôde deixar de ser registrada.. 
Já em Fantasyland nossa próxima parada foi no famoso King Arthur Carrousel: é mágico.

Depois fomos caçar a Cinderela.. Quando fui na Disney de Orlando em 2008, sonhava com o lindo castelo da Cinderela e era lá que eu achava que iria encontrá-la. Acabou que eu não achei lá e confesso que fiquei chateada mesmo já sendo grandinha kk. Na Disneyland era minha chance de conseguir uma foto com ela, então obriguei todos meus queridos irmãos a irem comigo. E eles foram!!! Depois de perguntar pra mil pessoas diferentes onde ela se encontrava, entramos numa fila para vê-la e acabamos encontrando Aurora e Mulan além da Cinderela tão amada..

 
Saindo de lá, fomos para Toontown, a cidade do Mickey e seus amigos! 
this is us
and he is the bro lol 
and this is mickey mouse right in the middle 
Saindo de Toontown fomos fazer hora perto da área do Ursinho Pooh devido ao vício da minha irmã rsss fomos no brinquedo bem bobo de criança e na lojinha linda e adorável! Aconteceu que tinha uma fila que era supostamente para o meet and greet do Pooh, mas perguntamos a um funcionário se ele apareceria por lá e disseram que ele já tinha ido embora.. Decepcionados entramos na gift shop do Pooh. Foi quando eu passei pela porta e vi uma coisa gigante amarela!! Gritei pra Danelle antes mesmo de conferir se era o Pooh e ela foi pegar nosso lugar na fila enquanto eu caçava o Alex e a Geri. Quando entramos na fila, nós fomos literalmente os últimos a poder tirar foto. Depois da gente a fila fechou e o povo só ficou babando.. Não só o Pooh tava lá, mas também o bisonho Ió e o Tigrão! 

A nossa enrolação toda era pra dar tempo de ver a parade de natal! Ficou escuro bem cedo, inverno né.. sabe como é! Mas tinha muita coisa pela frente ainda!! Fomos pra parade que eu achei que ia ser cheia de carros alegóricos, mas essa não. Eu fiquei tão decepcionada! Foram só esses dois carros com os personagens amontoados e depois o povo saiu andando atrás.. 
Essa foi a hora que fomos na Autopia algumas vezes mais, passeamos pela Main Street e suas lojinhas etc. Encontramos minha hmom, que trouxe subway pra gente porque não queria comer a comida cara do parque! Lembra que ela tinha ido pro hotel? Então, quando ela chegou estávamos azuis de fome e sentamos perto de um show ao vivo pra comer. 
 Depois fomos pegar um lugar pra ver o show de fogos e tava muito frio e cheio! Nosso lugar tava perfeito, na frente e bem no meio. Até que eles anunciaram que por condições climáticas o show provavelmente fosse cancelado.. Esperamos mais alguns minutos até eles confirmarem o cancelamento. Acho que correu uma lágrima, porque eu queria muito ver e nosso lugar era sensacional! Eles nos recompensaram com neve falsa caindo dos postos de luz. mas foi bobo.. Sei lá...
 Fomos passear mais um pouco no nosso caminho pra saída do parque... Esse era só o primeiro dia!

Esse foi meu dia no Disneyland Park! Tem mucho mais por vir! Eu vou terminar de contar sobre Los Angeles e ai vou passar pro blog alguns pensamentos e conclusões que escrevi ao longo do tempo.. Pra quem não sabe, eu já voltei, mas vai ser tudo explicado num próximo post.. Se preparem para um show de emoções! Bêju e não me abandonem 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mari por Los Angeles: Disneyland (Day 1)

Mari por LA é minha pequena sessão no blog pra contar sobre minha ida a Los Angeles e seus arredores. Fiz coisas divertidíssimas por lá e mal posso esperar pra contar tudo aqui! Quero voltar logo produção, posso?
Clique aqui para ler o post anterior sobre a Disneyland
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Saímos de Morgan Hill de madrugada e fizemos uma roadtrip de aproximadamente 5 horas até a Disneyland, que fica perto de Los Angeles, no sul da Califórnia. Fomos eu, minha host mom e meus irmãos Alex, Danelle e Geri. 

Assim que chegamos, minha excitação quando pegamos o ônibus pra ir do estacionamento ao parque podia ser vista de longe: eu pulava e dava gritinhos histéricos sem tirar o sorriso do rosto. Fazia muito tempo da última vez que fui atingida pela magia da Disney por completo, mentalmente e fisicamente.. Exatamente 5 anos! 
Quando chegamos na entrada, fomos em direção ao Disneyland Park. E pra quem não sabe, a Disney da Califórnia é dividida em dois parques: Disneyland Park e Disney California Adventures. Os dois são perto um do outro, não é como na Disney de Orlando. O que os separa é simplesmente um pátio. Vira pra direita um parque, vira pra esquerda outro. Ali também está o Downtown Disney, com lojinhas etc. Com ingressos e mapas em mãos, seguimos para as primeiras atrações do dia!
Indiana Jones: Um carrinho que te leva pra vários cenários impecáveis e simula situações de risco, como uma bola giga vindo em sua direção! 
Depois seguimos pro Piratas do Caribe, mais bem feito impossível! Nesse você pega um carrinho, subterrâneo e que flutua na água, que te conduz a um cenário de bonecos que se movem e se comunicam super sincronizados. Todos os sons e conversas são perfeitamente articuladas pelas bocas dos bonecos e expressões faciais e gestos extremamente realistas. Tem um restaurante dentro do brinquedo!! 
PAUSA PRA FOTO COM A PRINCESA TIANA
Em seguida fomos na Matterhorn, uma montanha russa que tem como tema a Suíça. Esse já foi um grande motivo pra irmos, já que a Geri é suíça!! Eu não gostei muito do trajeto em si e nem dos bancos de madeira (apertados e de madeira doída kk). Mas foi legal estar lá com ela, e uma montanha russa a mais nunca é demais.. 
Começou a chover quando estávamos na fila pro "it's a small world". O tema da vez era Natal nos diferentes países do mundo! Tão lindinho.. Mas sabe, é bobo, mas pelo cenário vale a pena. 
Mais chuva em Tomorrowland, a parte futurística da Disneland.. E lá fomos na Space Mountain e no brinquedo do Buzz! Enlouqueci com a Space Mountain, não tinha ido em Orlando e por causa de tanto amor, tivemos que ir 2 vezes! 
PAUSA PRA FOTO NA FILA DE AUTOPIA kkk
Autopia é um brinquedo no qual você pode dirigir carros, e é isso ai! Meu querido irmão Alex nos obrigou a ir três vezes porque na primeira eu fiquei fazendo carrinho de bate-bate nele (mesmo sabendo que não pode) e ele quis revanche! kk 
Ficamos sozinhos de tipo 12h até 19h porque minha host mom saiu do parque pra ir até nosso apartamentinho/hotel pegar as chaves e dormir um pouco, já que ela tinha dirigido a noite toda.. Vai entender, coisa de americano e de gente que já foi na Disney algumas muitas vezes..

Essa foi a nossa primeira metade do primeiro dia! Ufa! Volto pra contar o resto o mais rápido que der.. Como essa viagem teve muitas fotos e quero contar bem detalhadamente, vou dividindo em alguns posts!! Demorou mas saiu!! Bêju